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sexta-feira, 18 de maio de 2018

PROMESSAS


Por agente DPC

PROMESSAS
            Quanto vale a palavra de uma pessoa?
            Qual a validade de uma promessa?
            Vale qualquer coisa para fazer o que se promete?
            Essas perguntas se passavam na cabeça de Carlos enquanto ele corria de volta para sua casa.
            — Porque prometi isso? Aff como sou burro. — pensou Carlos.
            Quanto mais ele corria, mais parecia que não chegaria a tempo. Carlos começou a ficar aflito. Pensou em todas as possibilidades possíveis que poderia ter feito para cumprir o que tinha prometido, pensou em como escapar ileso dessa situação, mas tudo parecia impossível agora. Era caso de vida ou morte e não poderia escapar disso, teria que enfrentar o problema que ele mesmo criou por quebrar uma promessa.
            Quando chegou à rua de sua casa prometeu a si mesmo que se sobrevivesse dessa vez nunca mais faria algo que não pudesse cumprir.
            O suor escorria de sua testa, seu coração estava acelerado, seus pensamentos desorientados.
            Ele abriu o portão de sua casa. Pronto. Não tinha como voltar atrás. Era agora ou nunca. Ele poderia se sentir mais confiante porque já tinha sobrevivido outras vezes, mas não conseguia porque a cada vez parecia que era pior, parecia que as consequências aumentavam a cada vez. Era terrível aquela sensação de terror e incerteza que percorria por todo seu corpo.
            Entrou em casa e de repente se deparou com a imagem mais aterrorizante que ele tentava evitar todos os dias de sua vida. No fundo ele sabia que dessa vez seria mais difícil do que as outras para garantir sua vida e a criatura monstruosa que viu só confirmava suas suspeitas.
            Ele era alto, corpulento, tinha uma cara intimidadora. Ele foi chegando perto de Carlos que já estava com suas pernas tremendo, mas não conseguia sair do lugar. Quanto mais a criatura chegava perto, maior e mais aterrorizante ficava.
            — Ai meu Deus me ajuda. É agora. — pensou Carlos. — Desculpa. Eu prometo que não faço mais isso. Por favor, me da mais uma chance. — disse ele aterrorizado.
            — Mais uma chance? Você promete? Faça-me um favor Carlos. Você é um irresponsável. Como que você sai meio dia de casa e só chega agora quase nove da noite em plena quinta feira? Você acha que tem idade pra isso? Seu sem vergonha. Tem coragem de deixar sua mãe preocupada até agora. Essa não é a primeira vez que você faz isso.
            — Mas pai eu ...
            — MAS PAI NADA. AGORA VOCÊ VAI VER O QUE VAI TE ACONTECER.
            Naquela noite Carlos levou um corretivo de seu pai e mais uma bronca de sua mãe e ficou de castigo. Por um mês não iria poder ir à casa dos seus amigos. Ele sabia que estava errado e ficou triste porque deixou seus pais preocupados e no final de tudo pensou se tinha valido a pena quebrar a promessa que tinha feito pra mãe de chegar cedo na sua casa só por causa do final da aventura de RPG que estava jogando com seu grupo.
................
            Três meses depois do castigo, Carlos combinou uma partida de RPG com seus amigos.
            — Mãe to saindo. Vou lá na casa do João. — disse ele.
            — Vai o que? Já esqueceu o que você fez menino?
            — Mas mãe eu PROMETO que não vou demorar.
            — Ta bom. Cuidado filho. Não demora.
            Carlos saiu rápido antes que a mãe mudasse de ideia. Mas dessa vez iria cumprir a promessa, ou tentaria pelo menos.

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